Marilyn Monroe, poeta

Marilyn Monroe, uma intelectual apreciadora de literatura, admiradora de Joyce e Yeats? Confesse que por essa você não esperava. Também me surpreendi quando li "Marilyn, a intelectual", no caderno "ípsilon", suplemento de cultura do jornal "Publico" (aliás, um dos melhores jornais portugueses em circulação).

A cachaça é que foi lançado na França, há poucos dias, o livro "Fragments", editado por Bernard Comment e que exibe cartas, poemas e apontamentos de Marilyn (Norma Jean Baker para os íntimos). Segundo a matéria, os textos revelam a melancolia da atriz por ser sempre encarada como a "loira burra" de seus filmes ("Os Homens Preferem as Loiras", "Quanto Mais Quente Melhor" e outros clássicos do gênero), quando era muito mais complexa que essa imagem.

De fato, as mulheres são sempre mais complicadas - e fascinantes - do que parecem. Marilyn pode transmitir apenas aquela imagem de garota meiga e sexy das comédias e dramas românticos dos anos 40 e 50, mas já fez muita gente de cabeça - como Norman Mailer e Truman Capote - tecer loas a ela. Certamente Arthur Miller - um dos maiores dramaturgos americanos do século XX e terceiro marido da atriz - não terá se casado com ela apenas por suas belas pernas.

Como disse Vinicius, a mulher tem que ter qualquer coisa além da beleza.

Link da matéria: http://ipsilon.publico.pt/livros/texto.aspx?id=263561