Uma das muitas alcunhas de Lisboa é "a cidade das sete colinas", o mesmo apelido de Roma. Séculos atrás, alguns autores comparavam a capital lusa à cidade eterna, talvez buscando assim "emprestar" algum quinhão da glória clássica da cidade de Rômulo e Remo.
Segundo essa lenda, Lisboa deitar-se-ia sobre sete elevações: Castelo, S. Vicente, S. Roque, S. André, Sta. Catarina, Chagas e Sant´Ana. Algumas dessas denominações ainda estão vivas na geografia citadina: o Castelo de S. Jorge, construído no cimo do monte homônimo, é o ponto mais alto da cidade e sua atração turística mais visitada, enquanto S. Roque abriga a igreja de mesmo nome e, logo ao lado, o Bairro Alto, hoje o maior palco da diversão noturna de Lisboa.
A verdade, porém, é que a cidade ocupa muitos outros montes. Seu terreno irregular deu a Lisboa sua forma característica, exemplificada na miríade de ruazinhas estreitas da Alfama e nos prédios amontoados uns sobre os outros que podem ser vistos à distância, do outro lado do Tejo. Uma cidade que, ao longo de mais de 1000 anos de história, encontrou organização em meio ao aparente caos topográfico legado pelo Criador.
Admirar essa obra de séculos é um dos maiores prazeres a que os visitantes e moradores de Lisboa podem se dedicar. Para tal, contam com uma dezena de miradouros espalhados pela cidade, cada um virado para uma porção diferente do território, abarcando o relevo angustiado da pólis e um naco de água do Tejo, encimados pelo belíssimo e temperamental céu da cidade.
Por meio destas fotografias, tentou-se dar uma leve idéia do que significa visitar estes pontos privilegiados, sentar em seus bancos, tomar um café ou uma cerveja numa esplanada - sempre por perto - e refletir sobre a vida, admirando as sete, mil, dez mil colinas sob Lisboa.
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